Comercio tradicional

CIlustração realizada para o projecto Ilustr(arte) | Intervenções publicas em montras de lojas devolutas em Torres Vedras. 

Organizado pela Cooperativa de Comunicação e Cultura com o apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras.

A minha ilustração é uma homenagem ao comércio tradicional, especialmente para os meus avós, pais e irmãos. Também para todas as famílias, assim como a minha, que o seu espaço de trabalho é muito mais que uma fonte de rendimento.

Sou irmã, filha e neta de comerciantes. Nasci e cresci empoleirada ao balcão de uma taberna e de uma mercearia. Recordo-me na minha infância de ver jogatanas de cartas, ao domingo à tarde, dos cigarros na ponta dos dedos até queimar e dos dedos amarelos do tabaco. Ver o meu avô a servir copos de vinho três quinze ou um tintol. De acordar às 6 da manhã para abrir a porta ao padeiro, sentir o cheirinho do pão quente, ver e viver o dia a nascer enrolada no colo doce da minha mãe.

Comércio tradicional é sinónimo de afectos, de  2 ou três dedos de conversas ou 4 para oferecer. Existe sempre um cumprimento de um bom dia, uma boa tarde, conhecem o nosso nome, a nossa família, tu fazes parte da família tu és família! Há calor humano e uma boa dose de simpatia. O Cliente educado não pede fiado mas se estiver apertado nós facilitamos (Quantas famílias nós ajudámos e ajudamos?). Quando o cliente não acredita na caixa registadora fazemos questão de fazer as contas à mão, com o nosso lápis Viarco (a única fábrica de lápis em Portugal, gostamos do que é nosso). Somos tradicionais mas temos multibanco. Sabem, há tradições que nunca deviam cair em desuso OS AFECTOS

Por isso convido-vos a cumprimentarem o senhor Vitorino. Ele cumprimenta afectuosamente todos, dê-lhe cumprimentos meus.

Para ti avô Zé e Avó Paula, obrigada pelos momentos felizes de infância.

p.s. Saudades de sempre e para sempre.

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